Carlos Encarnação sempre disse que um autarca nunca deve fazer mais de 2 mandatos, ou seja 8 anos. Disse-o peremptoriamente. Aliás, este argumento foi repetidas vezes enunciado durante os seus dois mandatos, sobretudo como arma de arremesso a Manuel Machado que foi Presidente do município durante 12 anos, ou seja, 3 mandatos.
Bom, a primeira razão que encontro para tal renovação é esta. O respeito por uma ideia que é a sua sobre as vantagens de um autarca apenas fazer 8 anos de mandatos. Entendia Encarnação que um autarca com mais de 8 anos de poder vicia-se e não usa de forma isenta o poder.
Engraçado! Não posso estar mais de acordo.
Estranho é que esta premissa apenas seja válida para vereadores, mas não para ele, Presidente!
- Protecção ao filho, Nuno Encarnação
Carlos Encarnação sabia que Paulo Leitão, presidente da distrital da JSD, como, aliás, manda a tradição, iria ocupar um lugar na lista de deputados.
Aliás, como sucedeu com Gonçalo Capitão e Miguel Almeida. As distritais de juventude das organizações políticas são o primeiro trampolim para um lugar em São Bento.
Sucede, porém, que no tempo de Nuno Encarnação isso não foi possível e hoje o filho do Presidente da Câmara de Coimbra já está velho para ir na lista pela quota da JSD e a verdade é que a JSD tem muito peso nestas alturas.
Tal significaria que Paulo Leitão iria, certamente, ocupar um lugar na lista de deputados do circulo eleitoral de Coimbra do PSD e isso seria mais um problema para o seu filho, Nuno Encarnação.
Todos nós já percebemos que é isso por que Encarnação corre e luta. A batalha não está fácil, mas todos quantos ele possa retirar de campo e ajudar o seu filho, fá-lo-á.
Numa palavra: isecrável!
Encarnação está a servir-se de Coimbra, está a usar Coimbra para prosseguir interesses familiares e pessoais. Nada mais fácil que retirar Paulo Leitão da corrida onde estaria na frente do seu filho, colocando-o na lista para o executivo municipal. Vergonhoso.
Paulo Leitão é um "puto" com muito para aprender. Muito muito mesmo. É um engenheiro quase estagiário. Que sabe ele e que experiência tem ele para assumir um dos, senão, o pelouro mais importante, difícil e fulcral de uma cidade como são o planeamento e a gestão urbanística?
Trata-se de um pelouro onde, aliás, mais crimes há, neste momento, sob investigação. Não é sequer bom para Paulo Leitão ser lançado neste mundo de pressões, astúcias e complexas regras, sem qualquer estrutura técnica de suporte que ele possa dominar.
Encarnação não teve, porém, qualquer problema em usar Coimbra para ajudar o seu filho, mesmo que isso represente um desastre para o planeamento e a gestão urbanística de Coimbra nos próximos anos.
Os restantes elementos da lista representam um vazio. São completos desconhecidos, provavelmente só conhecidos na rua onde habitam e no local onde trabalham.
Quanto à jurista que escolheu para a lista, ignoro completamente quem seja e é pena pois há duas áreas fulcrais na gestão municipal que devem ter 2 nomes fortes: Planeamento/Gestão Urbanística e o Jurídico.
Nestes sectores, quanto a mim, o PS venceu na apresentação da sua lista. 2 X 0.
Parece-me que a opção de Encarnação por mudar os nomes todos (o que não quer dizer que tenha ido para melhor) corresponde ao sentimento dos munícipes de algum cansaço da actual coligação de direita. As criticas já eram muitas!
Encarnação não percebeu que o problema essencialmente é seu. Encarnação é que não devia ser candidato. Os seus métodos e os seus princípios não servem o interesse público.
Todos sabem que as cunhas, os jeitos, a colocação de amigos, sobrinhos, militantes de cartão laranja, filhos de amigos e filha do seu mandatário jamais poderiam acontecer sem o seu prévio conhecimento. Como é óbvio!
Aguardo com curiosidade e atenção para ver o que os vereadores excluidos vão fazer. Se tiverem vergonha na cara e não estiverem dependentes da política não aceitarão qualquer outro lugar que dependa de convite de Encarnação.
Rebelo tem profissão, deve voltar à CCDR e trabalhar como qualquer outro cidadão, como engenheiro civil que é. Essa é que é a sua profissão.
Mário Nunes deve estar na reforma.
Marcelo Nuno não deve depender da política e por isso deve regressar à sua actividade e dar a Encarnação a resposta que ele merece, friamente e na hora certa.