O comportamento dos órgãos oficiais do Partido Socialista de Coimbra que terão o poder de escolher e preparar os candidatos às eleições autárquicas deste ano é absolutamente execrável.
Henrique Fernandes tem tido para Coimbra um comportamento vergonhoso e o lider dos socialistas no distrito de Coimbra merece perder todas as Câmaras onde é poder e não recuperar nenhuma onde não é.
Sempre me ensinaram que as conquistas e o sucesso depende de muito trabalho. Esta é a regra, aliás, que enobrece os Homens. Claro que por obra do divino espírito santo também podem acontecer vitórias e sucessos que o acaso tratou de obter para alguns. Mas isso serão as excepções.
Ora, mais uma vez, e depois de estarem mais que identificados os problemas dos socialistas (que se resumem a falta de trabalho de casa, ignorância, incompetência, inexistência de vontade em trabalhar e estudar dossiers para construírem uma oposição credível...) o poder instalado na distrital rosa volta a cometer os mesmos erros. Isto é: falta de trabalho e preponderância dos interesses pessoais a satisfazer.
Como cidadão não posso deixar de dar atenção, todavia, à mudança radical do lider máximo dos socialistas de Coimbra. Desta vez Victor Baptista não está, pelo menos visivelmente, a pressionar as estruturas locais, nem está a impor candidatos às Câmaras.
Desta vez Baptista, pelo menos de forma frontal e visível, não está a avocar decisões.
Está a cometer o erro contrário: aparentemente está a procurar estar de fora pois já desenhou o desfecho deste filme: uma derrota avassaladora em Outubro deste ano.
Mas está enganado. Todos olharão para si no dia das eleições. De Coimbra a Lisboa.
Estimo, como cidadão, pelo menos em Coimbra, e por muito que me custe, uma derrota vergonhosa para o PS. Há quem só aprenda por bater na mesma parede mais do que uma dúzia de vezes.
O Partido Socialista tem demonstrado ser um partido absolutamente leviano e inconsciente. Henrique Fernandes devia ter vergonha do que anda a fazer a Coimbra. Ora quer ser candidato, mantendo-se porém como Governador Civil, ora não quer ser candidato, ora diz que não disse nada disso.
O que Coimbra precisa é de garra, de ideias, de sangue novo. O que Coimbra precisa é de gente com experiência, com provas dadas no mercado de trabalho. Gente de saber.
Por fim, e porque o desalento deste concidadão é grande, a coligação PSD/CDS/PPM é um desastre e o único partido capaz de ganhar brinca com a cidade. Henrique Fernandes não está, nem é, preparado para a gestão e para a decisão. Mas principalmente, o actual Governador Civil, ao contrário do que parece, sabe bem o que quer e ele não quer ser candidato a Coimbra.
Porém, o seu partido, ou melhor, uma parte do seu partido (segundo alguns, estaremos a falar dos seguidores do Director da Segurança Social de Coimbra, Mário Ruivo ) insiste nele como o melhor dos males pois provavelmente só Henrique Fernandes dará a esse Mário Ruivo espaço nas listas para os órgãos municipais em Coimbra. E este é o ponto chave.
Henrique Fernandes não tem vontade em ser candidato a Coimbra. Pegando nas suas próprias palavras,"a água não passa duas vezes por baixo da mesma ponte". Porém, para satisfazer lógicas aparelhistas deste PS, que nada têm de preocupação com Coimbra e com os anseios dos cidadãos de Coimbra, está a ser pressionado pelo órgão dos "sábios" que escolhe o "Papa" que irá a votos, em direcção à guilhotina eleitoral, a avançar.
Mas que importância têm, pergunto, umas centenas de militantes desse tal órgão de "sábios"? Confesso que me faz alguma confusão esta incapacidade dos dirigentes partidários para se abstrairem e verem o todo, separando o essencial do acessório.
Aliás, o PS sabe bem onde as anteriores unanimidades desse tal órgão de "iluminados" o levaram! Levaram-o, um pouco por todo o distrito, mas sobretudo em Coimbra e na Figueira da Foz, a derrotas humilhantes. É que, enquanto os partidos não aprenderem a ouvir as ruas , onde estão os cidadãos eleitores...
Enquanto os socialistas não perceberem que, nas eleições autárquicas, as estruturas internas dos partidos não fazem ganhar eleições, as vitórias não chegarão.
Quem as vence são os candidatos na sociedade civil. Assim como, quanto a mim, quem as perde são sobretudo os candidatos e não os partidos.
Os partidos políticos respondem cada vez menos às necessidades e expectativas dos cidadãos. As soluções passam, cada vez mais, por movimentos de cidadãos independentes desses aparelhos partidários, cheios de vícios de de distorções democráticas.
Estarei na linha da frente para apoiar um qualquer movimento de cidadãos de gente séria, verdadeiramente preocupada e com ideias. Gente capaz. Gente com ideias. Gente conhecedora. Gente empreendedora. Se uma solução deste tipo não aparecer votarei por contestação: Bloco de Esquerda.
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