13/05/2009

QUE DIZER DA OPÇÃO DO PARTIDO SOCIALISTA DE PERMITIR ACUMULAR CANDIDATURAS A CÂMARAS E A DEPUTADOS À AR OU AO PE?

Para escrever sobre o assunto talvez seja boa ideia citar uma célebre frase de Henry A. Kissinger "... A ausência de alternativas clarifica maravilhosamente a mente...". Será o que está a acontecer ao maior partido português da actualidade, ou, pelo menos, a um dos partidos de poder de Portugal?

Se sim, é grave e só pode constituir-se como mais um passo para que chegue aquele dia em que os cidadãos encontram outras alternativas para o exercício da Democracia. Sim, porque a verdade, até hoje inabalável, de que não há democracia sem partidos políticos é uma "verdade" que só é dita por políticos militantes de partidos políticos.

Eu, por exemplo, simples cidadão, activo participante no jogo Democrático não penso assim. Há muitos outros sistemas políticos mistos onde a coexistência de partidos com outras formas de representação democrática são possíveis e, quanto a mim, desejáveis.
A discussão dos circulos uninominais deve ser feita o quanto antes. A possibilidade de cidadãos eleitores poderem ser candidatos a deputados é outra possibilidade que só os partidos políticos fracos receiam discutir.

É que, lembro Adão Myszak que afirmou que " ... toda a política do governo é cercar-se de garantias para se manter no poder...". É é verdade.
Não esqueço as sábias palavras de Alexander Pope " ... Um partido é a loucura de muitos em benefício de uns poucos...".

Considero, portanto, uma ofensa, a possibilidade de poder haver candidatos a mais que um cargo político, ao mesmo tempo. É que neste caso esses candidatos estão a enganar uma parte do seu eleitorado num dos cargos a que se propoe.
Este cenário só se pode compreender se esse partido estiver enfraquecido, por não se ter rejuvenescido, por não ter soluções e é, por isso, uma ameaça grave ao futuro da Democracia, na medida em que esse partido é o Partido Socialista, que é um partido de poder.
Também pode querer dizer que esse partido está doente e é manipulado por meia dúzia de políticos que, tal como no Comité Central do PCP, só admitem sair do exercício do poder de bengalas e depois de deixarem nos seus lugares os filhos e os netos.

Não sei, como cidadão, qual dos dois cenários é o mais grave. Apenas sei que com isto me sinto ofendido como contribuinte e cidadão.

Neste ponto particular o PSD soube sempre muito melhor preparar e acautelar o futuro, rejuvenescer o exercício desse poder. E nesta perspectiva é, para mim, um partido que garante muito melhor o futuro da Democracia. Não a Democracia plena que quero, pois tem muitos dos mesmos vícios de todos os partidos de poder e, sobretudo, padece de outro grave problema: quem se habitua ao exercício do poder, e sem querer generalizar, abusa dele.

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